1 de dez. de 2009

invista nos fundos: aplique seu dinheiro na cueca

A saga da propina continua. Em tempos de crise e oscilação do mercado, sobe-e-desce da bolsa, o melhor é guardar seu rico dinheirinho na cueca ou na meia, como fazem muitos políticos e, mais recentemente, o ilustre empresário e proprietário do jornal "Tribuna do Brasil" Alcyr Duarte Collaço Filho, em matéria publicada hoje em diversos veículos, como no O Estado de S. Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u659802.shtml). É melhor usar cueca samba-canção, que cabe mais bufunfa.

pérolas da propaganda

Em 10 anos como redatora, são muitas as pérolas. Briefings indecifráveis, cliente escritor, cliente diretor de arte, secretária amante que o cliente quer que seja a garota-propaganda e afins. No ano passado, um cliente superou-se. O diretor da empresa, que é poeta e escritor, pediu para trocarmos todo o texto das peças da campanha pelos textos que ele havia escrito... Foi hilário.

1 de out. de 2009

pé na bunda – ofereça a outra face

Em caso de pé na bunda, seja humilde e misericordiosa: ofereça a outra face. Deixe que o cara entre de sola em sua inglória bunda. Eles pensam que minha bunda não tem sentimentos. Leve um pé na bunda, mas leve com dignidade.

30 de set. de 2009

igreja FÉ – Fui Enganado

Em tempos de crise, a fé é sempre o melhor negócio. Abrir uma nova igreja, templo, terreiro, sempre é um excelente investimento, que rende grandes dividendos. O povão, em caso de nome no SPC, divórcio, filho viciado, ex-mulher pedindo pensão, sempre apela para a fé e adora uma novidade, uma igreja pop ou templo fashion.
Aposte na fé! É a salvação

vidente cega garante ou seu dinheiro de volta

O Brasil é realmente o país da piada pronta. Passando pela Av. Santo Amaro, em São Paulo vi um cartazete todo torto, escrito: “Vidente Cega – lê tarô”. Quer dizer o quê? Até agora estou meditando e tentando entender.
Já que estamos no assunto de videntes, amarradores e afins, outro dia vi algo que se superou. Cartaz colocado no poste: “Amarrações: trago seu amado, mesmo que esteja com outra, ou seu dinheiro de volta”. Por que “ou seu dinheiro de volta”? Vai ver, já foram reclamar de pai-de-santo no PROCON.
Como publicitária, me sinto uma idiota e sem criatividade nenhuma. Porque, criatividade mesmo, é isso que a gente vê por aí, é o popular.

10 de ago. de 2009

stop four X stop jegue

Passei por Americana, este final de semana, e está acontecendo algo hilário. Agora o trânsito conta com uma nova sinalização, diretamente importada dos "states"...rss. Nos EUA, nas esquinas, para sinalizar o "Pare", há "Stop Four". Americana, justificando o próprio nome e fundadores, "importou" o sistema de sinalização do Tio Sam. Nas esquinas da cidade, ao invés de "Pare", temos a marcação "Stop Four". Resultado desastroso: os quatro carros param e, obviamente, ninguém segue. Mais uma piada pronta na terra tupiniquim.

28 de jul. de 2009

primeira pessoa

É muito interessante quando as pessoas se referem em terceira pessoa à primeira pessoa aqui que vos fala. Da chata falando a uma amiga, enciumada porque a outra amiga ganhou a disputa do paquera: Vou dar na cara dela. Da esposa falando ao filho, puta da vida porque achou mancha de batom na roupa do maridão: Junior, fala pra ele que hoje não tem janta.
Ei, eu estou aqui, de corpo presente em primeira pessoa. Fale pra mim.

7 de jul. de 2009

vida fast-food

Fast-food, pizza-express, massagem-express, sexo-express. Tudo é extremamente rápido, fugaz. Perdeu-se a beleza, o sabor. Perdeu-se a densidade, a intensidade. O profundo cedeu lugar ao comum. Há uma urgência em tudo. Que saudades dos tempos em que, para ser feliz, levava mais tempo. Era bom matar a sede devagar. Apreciar cada momento. Demorar em cada segundo o tempo que fosse preciso.

o estupro da cultura latina

O saudosismo continua, Parte II. A cultura da América Latina foi estuprada. Trocaram Guantanamera por Salve Jesus. Desde minha infância, sempre foi um fascínio encontrar, pelas ruas, o artistas mambembes latinos,com suas flautas, tão características, violão... e aqueles penduricalhos coloridos. Foi ontem o dia fatídico. Eu estava em um ônibus, aqui em São Paulo, quando entrou um músico, com sua flauta de bambu Zampoña e violão, trajando um manto colorido daqueles típicos dos Andes. Pensei: Oba, vamos ter música ao vivo no busão. Será que tem covert artístico? Então, o músico começou a dedilhar e cantar canções de igreja, em português. Uma afronta. Trocaram a tradição da beleza das músicas latinas pelo repertório do pastor. Bom, até que eu entendo, música de igreja dá mais dinheiro.

9 de jun. de 2009

loft do mendigo

Os arquitetos mais renomados do mundo terão que se atualizar e seguir as tendências tupiniquins. Um novo projeto, além do “Quarto do Casal”, “Quarto do Solteiro”, “Quarto da Jovem” e por aí vai, ousou com “Quarto do Mendigo”. As grandes redes de eletrodomésticos têm o hábito de colocar os produtos de ponta nas portas para chamar a atenção dos consumidores que passam em frente. Numa das unidades do Magazine Luiza, aqui em São Paulo, vi uma cena hilária, um mendigo levou seu papelão, cobriu-se com o jornal, deitou-se em frente a uma TV tela plana 42” e ficou assistindo a programação. O projeto é tão inovador que deixa qualquer Casa Cor para trás.

22 de mai. de 2009

em tempos de "marolina": novo estudo socioecônomico

Marolinha meu rei, só se for em Brasília, porque aqui a coisa tá pegando. Se fosse marolinha, não estava todo mundo afogado nas dívidas. O governo diz que não registra inflação, mas é só sua excelência dar uma chegadinha nos supermercados, feiras e afins, que tudo ficou mais caro. Manicure, camelô, tudo! Até em loja de 1,99, nada mais custa 1,99.
Assim, temos que publicar um novo estudo socioeconômico. As classes sociais, agora são A, B, C, D, E e F.
Acompanhe as novas nomenclaturas:
- C = corintiano
- D = desesperado
- F = favelado

27 de fev. de 2009

carnaval - bundalização

Carnaval? Sinto muito. É felicidade demais pro meu gosto.
Ao invés de ligar a TV, basta ir ao açougue, que também tem carne pra todo lado.
Tudo igual, padronizado, siliconado. É a globalização da beleza. A banalização da beleza. A bundalização da beleza.
A beleza ficou feia.
Para mim, a quarta-feira de cinzas começaria na sexta-feira de Carnaval. Todos os dias são cinzas.
Acabou o belo, a magia, a fantasia.
Sem marchinhas, sem encanto, virou uma indústria do sexo “made in Brazil”.
Sem pureza, fica tudo nu e cru. Mais nu do que cru.

família vende tudo

Em tempos de crise, vale tudo. Tem madame vendendo jóia falsificada, personal trainer, poodle, botóx vencido, ex-marido, a alma, mãe empalhada. O inventário está mais inventivo do que nunca, tem de tudo. Se bem que vender a alma não é nenhuma novidade, principalmente na “terra brasilis”. Diga-se de passagem que, aqui no calor dos trópicos, este sempre foi um hábito comum. Principalmente, na vida pública, no Senado, para vender a alma tem até preço de tabela. Agora, em meio à crise, a alma não vale nada mesmo e está em promoção. R$ 1,99. Se você chorar um pouco, ainda dá pra barganhar.

ata de ano novo

Querido Deus, querubins, anjos e afins. Venho por meio desta requisitar a realização dos meus sonhos que são meus por direito. Sei que mereço, mesmo não tendo sido uma boa pessoa nos últimos tempos.
Caso não tenham fé em mim, comunico que eu tenho. E acho que já basta.
Empurrei 2008 com a barriga. Foi um ano que passou arrastado, suado, sofrido. Meu time na segunda divisão. Teve de tudo.
Graças a Deus e ao meu S. Jorge que chegou o ano novo! Sai uruca, ziquizira.
Passei o ano novo como manda o figurino dos bons fluidos. Pulei 7 ondinhas, brindei com Cidra, figa nova no pescoço, trevo de 4 folhas na carteira. E claro, fitinha nova do N. S. do Bonfim no braço com 3 nozinhos e tudo. Mas, nada. Já estamos no carnaval e continua no mesmo marasmo. Tudo parado. Será que é alguma porra de cometa que está se aproximando? Vixiii...
Valei-me. O sangue-bom, opa, desculpe, Sangue Bom tem que ser com letra maiúscula pra falar com as autoridades supremas aí do céu. Foi mal. Vê aí em cima se dá pra adiantar algum pra mim, um milagrezinho assim básico, pouca coisa. Acertar no jogo do bicho, uma loira siliconada ou estourar nas paradas com o meu funk da mulher abacate. Oh, gente boa, não custa nada.