27 de fev. de 2009

carnaval - bundalização

Carnaval? Sinto muito. É felicidade demais pro meu gosto.
Ao invés de ligar a TV, basta ir ao açougue, que também tem carne pra todo lado.
Tudo igual, padronizado, siliconado. É a globalização da beleza. A banalização da beleza. A bundalização da beleza.
A beleza ficou feia.
Para mim, a quarta-feira de cinzas começaria na sexta-feira de Carnaval. Todos os dias são cinzas.
Acabou o belo, a magia, a fantasia.
Sem marchinhas, sem encanto, virou uma indústria do sexo “made in Brazil”.
Sem pureza, fica tudo nu e cru. Mais nu do que cru.

família vende tudo

Em tempos de crise, vale tudo. Tem madame vendendo jóia falsificada, personal trainer, poodle, botóx vencido, ex-marido, a alma, mãe empalhada. O inventário está mais inventivo do que nunca, tem de tudo. Se bem que vender a alma não é nenhuma novidade, principalmente na “terra brasilis”. Diga-se de passagem que, aqui no calor dos trópicos, este sempre foi um hábito comum. Principalmente, na vida pública, no Senado, para vender a alma tem até preço de tabela. Agora, em meio à crise, a alma não vale nada mesmo e está em promoção. R$ 1,99. Se você chorar um pouco, ainda dá pra barganhar.

ata de ano novo

Querido Deus, querubins, anjos e afins. Venho por meio desta requisitar a realização dos meus sonhos que são meus por direito. Sei que mereço, mesmo não tendo sido uma boa pessoa nos últimos tempos.
Caso não tenham fé em mim, comunico que eu tenho. E acho que já basta.
Empurrei 2008 com a barriga. Foi um ano que passou arrastado, suado, sofrido. Meu time na segunda divisão. Teve de tudo.
Graças a Deus e ao meu S. Jorge que chegou o ano novo! Sai uruca, ziquizira.
Passei o ano novo como manda o figurino dos bons fluidos. Pulei 7 ondinhas, brindei com Cidra, figa nova no pescoço, trevo de 4 folhas na carteira. E claro, fitinha nova do N. S. do Bonfim no braço com 3 nozinhos e tudo. Mas, nada. Já estamos no carnaval e continua no mesmo marasmo. Tudo parado. Será que é alguma porra de cometa que está se aproximando? Vixiii...
Valei-me. O sangue-bom, opa, desculpe, Sangue Bom tem que ser com letra maiúscula pra falar com as autoridades supremas aí do céu. Foi mal. Vê aí em cima se dá pra adiantar algum pra mim, um milagrezinho assim básico, pouca coisa. Acertar no jogo do bicho, uma loira siliconada ou estourar nas paradas com o meu funk da mulher abacate. Oh, gente boa, não custa nada.