13 de abr. de 2012

motoboy fazendo freela de office boy

Outro dia presenciei algo tão surreal que nem Dali poderia imaginar. Estava numa filinha básica no caixa eletrônico do Itaú, na Rua Teodoro Sampaio. Caixa eletrônico com fila? Sim, mas trata-se da Teodoro, tudo tem fila, tudo é multidão, um arrastão de gente. Nem queria entrar no banco porque já imaginava o sufoco que estaria. Mas vamos lá, coragem!
Logo que entrei, uma das filas não andava: havia um tiozinho empatando. De uma pasta chinfrim, ele foi tirando um boleto atrás do outro. A cada boleto pago, ele, com movimentos robóticos e calculados, tirava do bolso da calça um grampeador. Clek, grampeada; pagava outra conta, clek, grampeava em frente a todo mundo, sem vergonha nenhum. Eu juro, sou capaz de sair correndo nua em pelo no meio da rua, mas jamais teria coragem de usar um grampeador em público. É um momento muito íntimo. Aliás, eu nem sabia que ainda existia tal artefato em tempos de internet bank. Para mim, grampo é algo que remete à CPI. E só.

Um comentário:

Die Blaue disse...

Essa foi boa, eu ficaria sem jeito também de usar um grampeador no caixa eletrônico, mas nem tanto por achar algo surreal, mas sim, por acreditar que estou atrasando todo mundo. Penso no tempo gasto tirand o grampeador do bolso, posicionando os papéis certos, acionar o grampeador (Clek) e guarda o grampeador outra vez, é muito tempo! rsrs